20 de janeiro de 2012

Ouro Verde: saboreando a sua história...

O Café: suas estórias, lendas e mitos
 Parte I  

               

A fascinante saga do café, também conhecido por Ouro Verde, desde a sua origem, arrebata historiadores, pesquisadores e apreciadores tal qual o sabor desse fruto que, tornado bebida, encanta a todos no mundo, e, dessa forma, ocupa o primeiro lugar entre as bebidas mais populares, curtidas e sorvidas no planeta.

Segundo diversas fontes históricas, há cerca de aproximadamente trezentos anos, o café conquistou o seu lugar nas sociedades civilizadas, desde o Oriente até o Ocidente. No entanto, o grande mistério repousa sobre a sua descoberta e como se deu a transformação do fruto in natura em bebida cultuada e incorporada ao cotidiano de vários povos e de várias nações.

Uma vertente histórica, mas sem comprovação exata, narra a estória de um certo pastor de cabras, de nome Kaldi, que, ao perceber que parte de seu rebanho tinha o comportamento alterado, após mastigarem um fruto estranho, passou, então, a observá-las por um determinado tempo. Ao concluir que tais cabras ficavam mais estimuladas do que as outras, o pastor também experimentou os frutos, até então desconhecido por todos, e sentiu o efeito estimulante, maravilhando-se com a planta.

Kaldi decidiu contar o fato a um religioso, levando a planta a um mosteiro, mas seu intento não logrou o êxito que esperava. A planta e seus frutos foram condenadas por serem tratadas como ervas demoníacas pelo líder do mosteiro, e, assim, o humilde pastor fora expulso com sua descoberta, que, para ele, era um presente dos céus. Kaldi, desolado, ateou fogo na planta, uma vez que fora desacreditado pelo abade local.

Os frutos da planta, ao serem queimados, exalou um perfume singular e nunca sentido por qualquer pessoa até aquele momento, despertando a curiosidade de todos. O aroma inigualável fez com que o abade mudasse de opinião e sugerisse a Kaldi o recolhimento dos grãos tostados juntamente com suas cinzas. Em seguida, o abade  ordenou que os grãos fossem mergulhados em água fervente, provocando a infusão, para ver se se assemelhava a um tipo de chá diferente. Após a infusão e o aroma que agradava a todos os monges, o abade e os outros religosos experimentaram a bebida, ainda amarga, e experienciaram, além do estímulo, uma energia que os mantinham acordados durante várias horas seguidas.

A notícia da planta que virou bebida saborosa e de efeitos peculiares alcançou outros monastérios, que adotaram o café para ser bebido nos longos períodos noturnos de oração e meditação; e, a partir daí, a fama do Ouro Verde conquistou definitivamente a Humanidade.