9 de setembro de 2011

O CAFÉ E A CIÊNCIA


O café, por sua singularidade, possui características sui generis quanto à sua constituição, seja in natura, seja o grão torrado e moído afim de que seja consumido como bebida. Neste sentido, o café, por sua ação polivalente, ao ser ingerido, atrai cada vez mais a atenção dos pesquisadores, cientistas e leigos, em geral.

Os estudos sobre a composição química do café servem, dentre outras finalidades, para compreender melhor o processo que transforma a semente plantada e colhida em bebida de aroma agradável, e que está presente em todos os lugares do mundo. Tais investigações têm como objetivo principal descobrir os efeitos benéficos e / ou maléficos do Ouro Verde no organismo; seu uso diário como parte da alimentação de todas as pessoas e, sobretudo, seu valor terapêutico.

Desde a fabulosa aparição da semente, que se transformou em bebida aprazível, nas várias estórias que beiram ao mito, até a variedades de tipos de grãos, com culturas próprias, espalhadas no planeta, o fato é que o café, como é conhecido na contemporaneidade, de um lado, é idolotrado por milhões de pessoas, sendo, portanto, a bebida predileta e inseparável no cotidiano de seus apreciadores;  do outro lado, todavia, recebe a pecha de vilão, pois aqueles que insistem condená-lo como item nocivo na vida das pessoas advogam a tese de que muitos danos à saúde advêm do ato de ingerí-lo, qualquer que seja a hora ou a cerimônia na qual aquele é servido.

A principal substância química presente no café é a cafeína, que é uma xantina, e, naturalmente, um antioxidante potente, agindo de forma benéfica no organismo. A cafeína é o elemento principal e responsável pela transmissão neural, sendo, assim, um estimulante para a oxigenação cerebral e para o envio de mensagens de alertas, com duração curta, ao ser ingerida. Portanto, não por acaso,  o café é uma bebida tradicionalmente partícipe na alimentação matinal, pois auxilia no despertamento do indivíduo, atuando diretamente no SNC (Sistema Nervoso Central). Além disso, é comprovado, cientificamente, que o café é extremamente benéfico para as atividades relacionadas à intelecção, principalmente, ao aprendizado.

Os ácidos clorogênicos, que também são antioxidantes, estão presentes no café e têm ação antibacteriana, antiviral e anti-hipertensiva, jogando por terra os alarmistas, que, por muito tempo, declararam que a ingestão diária e permanente da bebida era responsável pelas doenças cardiovasculares. Cumpre destacar, ainda, que os ácidos clorogênicos coadjuvam na prevenção e na redução de riscos de doenças degenerativas que acometem o sistema nervoso como o Mal de Parkinson e o Alzheimer.

As melanoidinas são os pigmentos que conferem a cor marron ao café durante o processo de torrefação. É interessante observar, neste sentido, que após a torra dos grãos, no processo de industrialização, constata-se a degradação da trigonelina, outro composto presente no café, que, por sua vez, favorece o aparecimento da niacina, uma das vitaminas do complexo B.

Do plantio à colheita; da torrefação à transformação em bebida, cumpre finalizar que a cadeia na qual o café está inserido deve obedecer a vários princípios para que a boa colheita e os grãos torrados em temperaturas ideais bem como os meios adequados para a industrialização, que transforma aquele em produto a ser consumido, garantam, em última instância, as vantagens, que são reais, e não as desvantagens, que são fictícias. 


Fontes pesquisadas:
Cafeicultura - revista do agronegócio do Café.
Faperj.
Psicologia - o portal dos psicólogos.